Em Minas é assim..
NUDEZ MINEIRA
Dois cumpadre de Uberaba tavam bem sossegadim fumando
seus respectivo cigarrim de paia e proseano.
Conversa vai, conversa vem, eis que a certa altura um
deles pergunta pro outro:
- Cumpadre, u quê quiocê acha desse negóço de nudeiz?
No que o outro respondeu:
- Acho bão, sô!
O outro ficou assim, pensativo, meditativo...e perguntou de novo:
- Ocê acha bão purcaus diquê, cumpadre?
E o outro:
- Uai! É mió nudêis do que nunósso, né mesmo
O cumpadi, há muito tempo de olho na cumadi, aproveitô a
SUTILEZA MINEIRA
ausência do cumpadi
e resolveu fazer uma visitinha pra ver se ela não
carecia de arguma coisa...
Chegando lá, os dois meio sem jeito, não estavam
acostumados a ficar a sós....falaram sobre o tempo....
- Será qui chove?
- Pois é.....
Ficô um grande silêncio.....
Aí, o cumpadi se enche de corage e resorve quebrá o gelo:
- Cumadi....qui qui ocê acha: trepemo ou tomemo um café?
- Ah, cumpadi...cê mi pegô sem pó.....
TREM CAIPIRA
Uma mulher estava esperando o trem na estação ferroviária
de Varginha, quando
sentiu uma vontade de ir urgentemente ao banheiro. Foi....
Quando voltou, o trem já tinha partido. Ela começou a chorar.
Nesse momento, chegou um mineiro, compadeceu-se dela e perguntou:
- Purcaus diquê qui a sinhora tá chorano?
- É que eu fui urinar e o trem partiu...
- Uai, dona! Por caus dissu num precisa chorá não...tenho
certeza bissoluta
qui a sinhora já nasceu com esse trem partido....
CUNVERSA DE MINEIRIM
- Cumpadi, muié é bicho estranho, num é mêsss??? Num
gosta di pescá....
Num gosta di futebor... Num sabi contá piada... Num toma
umas pinguinha....
- Óia, cumpadi....si num tivesse xoxota, eu nem cumprimentava.
MUIÉ MINEIRA
Os dois cumpadres pitavam o cigarrim de paia e prosiavam.
Um deles pergunta:
- Ô cumpadre, cumé que chama mesmo aquela coisa que as muié tem
(faz um sinal com as duas mãos), quentim, cabeludim, que
a gente gosta, é
vermeia e que come terra?
- Uai...quentim... vermeia..? A gente gosta? Uái sô, só
pode ser xoxota.
Mas eu num sabia que comia terra, sô!!
O outro dá uma pitada no cigarro:
- Pois come, cumpadre. Só di mim, cumeu treis fazenda.
MINEIRIM NO RIDIJANEIRO
Um mineirim tava no Ridijaneiro, bismado cas praia, pé
discarço. sem camisa,
caquele carção samba canção, sem cueca pur dibacho.
Os cariocas zombano, contano piada de mineiro. Alheio a
tudo, o mineirim
olhou pro marzão e num se güentô: correu a toda
velocidade e deu um mergúio,
deu cambaióta, pegô jacaré e tudo mais.
Quando saiu, o carção de ticido finim tava transparente e
grudadim na pele.
Tudu mundo na praia tava oiano pro tamanho do 'amigão'
que o mineirim tinha.
O bicho ia até pertim do juêio...A turma nunca tinha
visto coisa igual. As muié
cum sorrisão, os homi roxo dinveja, só tinham olhos pro bicho.
O mineirim intão percebeu a situação, ficou todo
envergonhado e gritou:
- Qui qui foi, uai? Seus bobãum... vão dizê qui quando
oceis pula na agua fria,
o pintim doceis num incói tamém...?
TRAIÇÃO À MINEIRA
O amigo chega pro Carzeduardo e fala:
- Carzeduardo, sua muié tá te traino co Arcide.
- Magina!! Ela num trai eu não. Cê tá inganado, sô.
- Carzeduardo! Toda veiz qui ocê sai pra trabaiá, o
Arcide vai pra sua casa e
prega ferro nela.
- Duvido! Ele não teria corage....
- Mais teve! Pode confiri.
Indignado com o que o amigo diz, o Carzeduardo finge que
sai de casa,
sesconde dentro do guarda-roupa e fica olhando pela
fresta da porta. Logo
vê sua mulher levando o Arcide para dentro do quarto pra
começar a sacanage.
Mais tarde, ele encontra com o amigo, que lhe pergunta o
que houve.
E então, o Carzeduardo relata cabisbaixo:
- Foi terrive di vê!!!... ele jogou ela na cama, tirou a
brusa.... e os peito caiu....t
irou a carcinha...e a barriga e a bunda dispencaro.......
tirou as meia...e apariceu
aquelas varizaiada toda, as perna tudo cabiluda. E eu
dentro do guarda roupa,
cas mãos no rosto, pensava: 'Ai...qui vergonha que tô do
Arcide!!!'
UAI SÔ
Um mineirinho bom de cama, passando por Nova iorqui, pega
uma americana e parte para os finarmentes.
Durante a relação, a americana fica louca e começa a gritar:
- Once more, once more, once more.....(tradução de once
more: 'mais uma vez')
E o mineirinho responde desesperado:
- Beozonte, Beozonte, Beozonte.....
O EMPRESÁRIO E O MINEIRIM
Num certo dia, um empresário viajava pelo interior de Minas.
Ao ver um peão tocando umas vacas, parou para lhe fazer
argumas perguntas:
- Acha que você poderia me passar umas informações?
- Craro, sô!
- As vacas dão muito leite?
- Quar que o senhor quer saber: as maiáda ou as marrom?
- Pode ser as maiadas.
- Dá uns 12 litro por dia!
- E as marrons?
- Tamém uns 12 litro por dia!
O empresário pensou um pouco e logo tornou a perguntar:
- Elas comem o quê?
- Qual? As maiáda ou as marrom?
- Sei lá, pode ser as marrons!
- As marrom come pasto e sal.
- Hum! E as maiadas?
- Tamém come pasto e sal!
O empresário, sem conseguir esconder a irritação:
- Escuta aqui, meu amigo! Por quê toda vez que eu te
pergunto arguma coisa
sobre as vacas você me diz se quero saber das maiadas ou
das marrons,
sendo que é tudo a mesma resposta?
E o matuto responde:
- É que as maiáda são minha!
- E as marrons?
- Tamém!
INDO PARA A PESCARIA...
Os dois mineiros se encontram no ponto de ônibus em
Cocalinho para uma pescaria.
- Então cumpade, tá animado? pergunta o primeiro.
- Eu tô, home!
- Ô cumpade, pro mode quê tá levano esses dois embornal?
- É que tô levano uma pinguinha, cumpade.
- Pinga, cumpade? Nóis num tinha acertado que num ia bebê mais?!
- Cumpade, é que pode aparece uma cobra e pica a gente.
Aí nóis desinfeta com
a pinga e toma uns gole que é pra mode num sinti a dô.
- É... e na outra sacola, o que qui tá levano?
- É a cobra, cumpade. Pode num tê lá...
MINEIRIM COMPRANDO PASSAGEM
O mineirin vai a uma estação ferroviária para comprar um
bilhete..
- Quero uma passage para o Esbui - solicita ao atendente.
- Não entendi; o senhor pode repetir?
- Quero uma passage para o Esbui!
- Sinto muito, senhor, não temos passagem para o Esbui.
Aborrecido, o caipira se afasta do guichê, se aproxima do
amigo que o estava
aguardando e lamenta:
- Olha, Esbui, o homem falou que prá ocê não tem passagem não!
A PESQUISADORA E O MINEIRIN
Uma pesquisadora do IBGE bate à porta de um sitiozinho
perdido no interior de Minas.
- Essa terra dá mandioca?
- Não, senhora. - responde o roceiro.
- Dá batata?
- Também não, senhora!
- Dá feijão?
- Nunca deu!
- Arroz?
- De jeito nenhum!
- Milho?
- Nem brincando!
- Quer dizer que por aqui não adianta plantar nada?
- Ah! ... Se plantá aí é diferente..
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